quarta-feira, 1 de abril de 2020

Portugal - de Lisboa a Coimbra - como chegar?

Meu voo chegou em Lisboa dia 02/01/2020 às 6h da manhã. Saindo a pé do aeroporto, você já encontra a estação de metrô chamada Aeroporto. De lá, você pode ir para qualquer lugar da cidade, fazendo baldeação, se necessário. Eu queria ir para a estação Oriente, onde apanharia um comboio para Coimbra. (pegaria um trem para Coimbra. Sim, é desse jeito que se fala por lá.). Do Aeroporto até a Estação Oriente são apenas 3 paradas, leva 7 minutos e custa 1,50 euros.

Chegando na Estação Oriente, subi alguns andares até encontrar as plataformas dos trens. Eu já havia comprado a passagem pelo site CP (Comboios de Portugal - clique aqui), portanto era só esperar meu comboio aparecer no telão para descobrir a plataforma. 
Você também pode comprar na hora nas máquinas da estação, porém, com até 5 dias de antecedência, tem bastante desconto

No site do CP você encontra vários tipos de comboios:
- IC (intercidades): é mais barato, porém um pouquinho mais lento, pois faz algumas parades em outras cidades no caminho.
- AP (alfa pendular): mais caro e um pouco mais rápido.
Os dois têm wifi a bordo. 

Descendo na estação Coimbra, há um comboio que leva gratuitamente os passageiros até a estação Coimbra - B, que é mais central e onde você pode pegar outros trens ou ônibus ou ir a pé, como foi meu caso, pois o hostel estava logo ali. 

Dica 1: use o Google Maps para se locomover. A bússola do mapa continua funcionando mesmo sem internet. 
Dica 2: Não compre chip internacional para celular no Brasil. Deixe para comprar quando chegar no seu destino. Sai muito mais barato!



quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Igrejas de pedra e música na madrugada

Essa semana lembrei-me de duas coisas sobre minha estadia em Dublin...fatos bobinhos, mas importantes para mim.
Uma vez, logo que cheguei na Irlanda, um amigo (também recém-chegado) me convidou para ir jantar na homestay dele que ficava meio longe do centro de Dublin. Ele recomendou que pegássemos o ônibus 122 na O´Connell St. e assim fizemos. Sem saber ao certo onde deveria descer, liguei para ele, que nos informou que deveríamos descer perto de uma igreja de pedra. Inocentes, confiamos na dica. Eis que passa uma, duas, três...SETE igrejas de pedra até que avistamos o esperto nos esperando no ponto de ônibus. Uma coisa aprendemos nesse dia: jamais use igrejas de pedra como ponto de referência em Dublin.
O segundo fato relembrado foram as madrugadas voltando para casa. Todos os dias na Grafton St. muitos e muitos artistas dão seus shows particulares fazendo a alegria de quem passa. Toda noite, porém, um moço toca seu violão para os bêbados que perambulam pelas ruas geladas da cidade. Não sei era sorte (?), mas sempre que eu passava por lá de madrugada, ele estava tocando Wonderwall ou Hallelujah. Hoje, não consigo ouvir essas duas músicas sem sentir o cheiro, a textura e o ar de Dublin.


Algumas igrejas em Dublin: 
Igreja perto da minhas primeira casa em Dublin 4

Igreja atrás do meu studio


Igreja em Dublin 4

Igreja em frente ao studio

domingo, 23 de junho de 2013

Sobre a solidão

Ano passado escrevi isso em um dos meus momentos de inspiração: 

"Viajar sozinho e meio sem rumo. A vida é igualzinha...Você entra num ônibus, trem, bonde...e nunca sabe o momento certo de descer. Nunca sabe o que/quem vai encontrar. As pessoas passam, os lugares passam....e no fim é só você e você mesmo."

Algumas pessoas já me disseram que sou corajosa de viajar sozinha e largar tudo como fiz. Concordo, de certa forma, pois as pessoas se sentem mais seguras com alguém ao lado, mesmo que essa pessoa esteja lá somente de corpo presente. Porém, a experiência de ir e somente ir, aonde você bem entender é libertadora. Sem depender de ouvir o que os outros querem, sem a sensação de segurança...pode parecer egoísmo, mas as pessoas precisam de espaço, precisam ficar sozinhas para se sentirem e se descobrirem, de fato, como um ser completo. =]

Bruxelas - Bélgica
O único problema de se viajar sozinho é que não tem ninguém para tirar fotos decentes, 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Lá e de volta outra vez

Hoje estava lembrando do texto que escrevi quando estava prestes a voltar da Irlanda. Acredito que, de tudo que já escrevi na vida, aquele texto foi um dos que eu melhor consegui me expressar. Apesar disso, acho que nunca conseguirei expressar o que o "voltar pra casa" significava para mim. 
Quando decidi ir para Irlanda, eu namorava, tinha um emprego na minha área de estudos, tinha amigos e companhia para tudo. Eu amava minha vida. Porém, de uma hora para outra, faltando 10 dias para a viagem, tudo virou de cabeça para baixo. Sempre tive em mente que a vida é assim mesmo...nunca estamos seguros e nada é certo. Então continuei com os planos e viajei. Longe de tudo, pude me recompor, pensar sobre minha vida, me (re)conhecer, me reinventar...
Depois de quase 1 ano de volta, posso afirmar com propriedade que os efeitos que todo esse processo me causou ainda não chegou ao fim. A Irlanda me mudou de tal forma que ainda não consegui avaliar completamente.
Faz quase 1 ano que voltei e a depressão pós volta ainda me visita com certa frequência...esse é um dos preços que não citei no meu texto de "volta". 
Só para ter guardado aqui no blog como parte importante da minha vida...aí vai o texto:

Intercâmbio...

O sonho de todo ser aventureiro na face da terra.

O que eles não te contam é que intercâmbio te quebra...em todos os sentidos. Principalmente se você for o adulto que pagou por tudo (ou que dá valor pro esforço dos seus pais). E o adulto que saiu do país para aprender, e não pra se livrar dos próprios pais.
Ele quebra seu bolso, suas certezas, seus preconceitos...mas, principalmente, quebra seu coração.
Sim, minha gente. Você vai pra outro país, sozinho...Você faz amigos completos. Amigos que servem pra tudo: sair pra balada, conversar sobre os problemas que você deixou lá do outro lado do planeta, amigos que te fazem janta, que fazem papel de família (passam juntos o carnaval, a pascoa, dia das mães, dos pais, dia dos namorados e até o Natal e Ano Novo)...Amigos que te abraçam e que te acolhem sem saber nada sobre você. Muitos deles estrangeiros, que como você, queriam aprender algo. É aí que você descobre que japoneses e coreanos não são frios como todo mundo diz, que nem todo irlandês toma banho só uma vez por semana, que nem todo espanhol fuma, nem todo italiano é tarado e que você não precisa ter vergonha de ser brasileiro porque a maioria das pessoas não te julga por isso.
Intercâmbio faz de você um cidadão do mundo.
A maioria das pessoas que não fizeram intercâmbio não entendem essa conexão entre os amigos que fazemos por aqui. E eles nunca vão entender...até passarem pelo mesmo.
Homesick? Uma hora você vai sentir isso...e pra quem você vai correr?
Um hora ou outra você vai ter um problema, vai ficar deprimido, se sentir culpado por estar longe dos seus avós que estão velhinhos, ou por ter perdido o nascimento do filho de alguém querido, o aniversário de alguém importante pra você...
Quem vai estar lá pra te fazer companhia nessas horas? Sim...seus amigos que você "acabou" de conhecer.
=]
É inútil dizer tudo isso, dar todos esses exemplos. Você não vai entender a não ser que tenha passado por tudo isso. Longe de casa (mas eu digo LONGE mesmo), tudo triplica de tamanho e importância.
Eu devo gostar de sofrer mesmo, pois já estou no segundo intercâmbio. Segunda vez de dizer tchau pra todas as pessoas que foram minha família por algum tempo...e esperar vê-los novamente um dia desses. Relembrar, abraçar, contar histórias...
Sim, meu amigo...intercâmbio te quebra de uma tal forma que você não vai, nunca mais, se livrar das cicatrizes. E é muito bom (e um pouco triste também) ter uma história por cicatriz pra contar.
Quem faz intercâmbio vive! Sai da zona de conforto, descobre coisas inimagináveis e nunca volta pra casa sendo a mesma pessoa.
E, na maioria das vezes, uma saudade inexplicável e o desejo de sair porta afora nunca mais te abandonam...

terça-feira, 23 de abril de 2013

Howth - Irlanda

Uma indicação,
Passagens de Dart,
Uma trilha sem fim,
Muitos cliffs,
Filosofia de andarilho,
Xixi fora da lei,
Pés cansados.


As palavras acima resumem bem esse dia fantástico em que resolvemos ir para Howth, uma cidadezinha ao lado de Dublin.
A ideia surgiu quando meu professor de inglês indicou uma trilha pra galera. "Demora por volta de 2h", ele disse. Animada com a ideia de conhecer uma outra cidade, convidei meus amigos e fomos todos rumo ao Dart (trem que liga as cidades na Irlanda), na manhã do domingo - 11/03/2012. Pegamos o Dart sentido Norte e paramos na estação chamada Howth. Descemos e lá estava a antiga aldeia de pescadores, que hoje tornou-se cidade de gente rica. haha
Saindo da estação, basta andar um pouquinho e babar com a beleza das embarcações sobre a água azul-maravilha no porto de Howth.
O porto
Eu feliz no centro de Howth
Seguimos o fluxo e logo encontramos a trilha. Se decidir seguir em frente, já aviso, a trilha mais bonita demora umas 4h a pé (parando pra tirar foto e tal). Eu não sabia disso...haha. A belezura do meu lindo professor disse que demoraria umas 2h.
Trilha infiinita (ainda estava no começo)

Bom, estávamos em quatro pessoas na trilha: Nathalia, Juninho, Júlio e eu. Tirando o Júlio que queria sentar no meio do caminho e morrer, o resto de nós adorou o passeio. O dia não estava tão frio (e caminhar esquenta, né?), fazia sol (o que é raridade na Irlanda) e a paisagem era fantasticamente perfeita!!!

Vista: centro de Howth ao fundo
Depois de muitas fotos, muitos cliffs lindos e, de certa forma, medonhos, encontramos o responsável pela nossa viagem no fim da trilha: meu professor, bonito, de bicicleta! Ele que me viu. Parou para perguntar qual trilha eu havia seguido, e eu disse que tinha ido pela mais longa. Ele riu muito e disse que nós estávamos mesmo com cara de cansados. ¬¬ Então ele indicou o caminho até o Dart que nos levaria de volta à Dublin (na estação chamada Sutton). Andamos mais e mais e mais, até que a Nathalia resolveu que precisava urgentemente ir ao banheiro. Depois de muito segurar, não aguentou mais e pediu para uma mulher que estava colocando o lixo para fora da casa. A adorável senhora disse um não bem enfático..."porque tem muito assaltante nessa região". Seguimos viagem com a cara no chão, segurando o xixi e com os pés cansados.
Pegamos o Dart e em 30 minutinhos estávamos todos em seus respectivos banheiros, digo, lares. Só consegui chegar em casa e dormir. Segunda-feira matei aula porque estava com dor nas pernas e queria muito passar as fotos pro computador. ^^

Dois pensamentos que não pude deixar de ter enquanto caminhava:
"O vasto mundo está em volta de vocês. Podem se trancar aqui dentro, mas não trancá-lo lá fora" 
"É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê." 
"Um barquinho a deslizar, no macio azul do mar."



Até a próxima!

BE FREE AUNG SAN SUU KYI

A maioria das pessoas já deve ter se sentido presa, trancada pro mundo e pra vida.
Acho que sim...eu, pelo menos, cresci me sentindo assim. Tenho um espírito livre e não consigo me 
imaginar trancada/atada a algo. Isso me causou problemas enormes por muito tempo...até eu ser 
dona do meu nariz. Mas liberdade é uma coisa que conquistei com muita briga, choro, raiva e força.
Hoje em dia estou me recuperando dessa fobia de estar presa. No entanto, vou viver com isso para 
sempre. Eu sei. Simplesmente porque isso é parte de mim. Daquelas partes mais íntimas que nunca 
te deixam, pois são sua essência.
Existe uma pessoa que passou anos presa, em todos os sentidos que a palavra pode expressar. Ela 
lutava por um mundo melhor e ficou presa por amor ao seu país. Ela passou anos sem ver o marido, 
sem poder sair fazer o que ela mais amava.
É isso que me dá tanta raiva e que me deixa puta! Por que tem gente que acha que pode mandar na 
vida dos outros? Como se achar isso não fosse ruim o suficiente, tem gente que abusa do poder 
que tem e, realmente, coloca os outros numa prisão (física, psicológica, emocional). Fique atento! 
Não deixe ninguém tirar de você  o que você é: Livre!
Lute pelo bem, pela justiça e pelos seus ideais. Se você não fizer, alguém fará, e você não vai ter como 
culpar os outros por não ter sido como você queria se ficar aí parado.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Histórias de busão - Dublinbus

Uma vez, ficamos até tarde na casa de  uma amiga, como era de costume. Como estava chovendo, ventando e frio, resolvemos voltar para casa de ônibus. Naquele final de semana, haveria uma exposição de carros de corrida em Dublin, então a rota dos ônibus estava alterada para não passar pelas ruas onde seria o evento. Pegamos o último ônibus, como de costume - o 46a. Percebemos que ele estava indo por outro caminho, mas nem nos preocupamos, por causa do evento. Quando percebemos, estávamos na  garagem do Dublinbus. Corremos para tentar pegar outro ônibus, mas já era tarde demais.
Resultado: voltamos a pé para casa, 1h30 de caminhada na chuva, dividindo uma sombrinha emprestada. Não preciso falar que cheguei encharcada em casa, né? Mais legal foi pisar na merda na porta de casa.

O vídeo abaixo mostra o caminho que o ônibus 46a faz normalmente. Parei de filmar na ponte da O'Connell, pois tinha que descer lá.






O caminho que o ônibus faz
Hoje, amanhã...
Até nunca mais.